O ex-juiz federal e senador da República pelo UNIÃO BRASIL-PR, Sergio Moro, venceu a primeira batalha para evitar a cassação de seu mandato, no julgamento das ações impetradas pelo PT, de Lula, e o PL, de Bolsonaro, que o acusam de abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação e caixa dois durante a eleição de 2022.
No Tribunal Regional Eleitoral do Paraná - TRE-PR, Moro conseguiu 5 votos a seu favor, dos 7 possíveis.
Como já estava combinado antes do julgamento no TRE-PR, se for cassado será no Tribunal Superior Eleitoral - TSE, onde a decisão a favor de Moro será questionada.
Entenda como Moro venceu a batalha e agora buscará vencer a guerra.
Desde que deixou a magistratura, em 2018, para assumir o ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, Sergio Moro sempre tentou não está por baixo completamente. E ele tem conseguido se safar com certa tranquilidade.
Exemplos de momentos que achamos que Sergio Moro estava morto politicamente não faltam.
Deixou o governo Bolsonaro quando foi conveniente. Houve uma grita inicial que uniu os dois polos contra o ex-juiz, que chegou a ser chamado de traidor pelo bolsonarismo. Pouco tempo depois, durante as eleições de 2022, foi uma espécie de consultor do ex-presidente Bolsonaro em suas preparações para os debates televisivos.
Quando tentou uma pré-candidatura à Presidência da República, durante os meses finais de 2021, notou que a direção dos ventos políticos-eleitorais não lhes parecia favorável. Decidiu, então, defender uma candidatura vencedora ao Senado pelo Paraná.
Até aqui, Moro não foi punido rigorosamente por tudo que fez durante a Lava Jato, com o suporte do STF.
Tornar-se suspeito, ainda que manche a credibilidade de um juiz, não pode ser a única punição a quem conduziu uma clara perseguição a adversários políticos, não só seus adversários políticos, mas agentes políticos que naquele momento também eram adversários do conjunto da institucionalidade, caso de Lula e o do PT, e também tomou decisões que destruíram empregos e dinamitaram o que se tinha de indústria no Brasil, sobretudo a engenharia.
No TSE, juram de pé junto que Moro não terá vez e seu mandato será cassado. Será?
O resultado no TRE-PR, após três sessões, mostra que Moro costurou nos bastidores, e que deve apostar nisso na esfera do TSE.
O encontro com Gilmar Mendes, e mais, as aspas divulgadas expondo como Sergio Moro foi tratado com desdém pelo decano da Corte, evidenciam como o ex-juiz está disposto a se sujeitar ao que for preciso para manter sua cadeira no plenário do Senado Federal.
A cassação de seu mandato, se ocorrer, estará longe de ser uma reparação. Até porque para uma reparação, não ao PT e ao Lula, mas ao Brasil, ao país, teríamos que falar de quem, neste momento, está rifando Moro depois de todo o serviço prestado.
O mandato de Moro deve ser cassado porque ele se aproveitou, sim, da pré-campanha presidencial e depois apostou na eleição ao Senado. Ponto final.
Sem me apegar à cassação, que Moro seja devidamente punido por tudo que fez, de novo, não a Lula, mas ao Brasil.
O mesmo vale a quem deu todo o suporte a ele e sua turma da República de Curitiba.
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