O presidente da Argentina, Javier Milei, obteve uma vitória inesperada nas eleições legislativas de meio de mandato. Na Câmara, seu partido, o Libertad Avanza, garantiu 64 das 127 cadeiras em disputa, e no Senado, 13 dos 24 assentos. A vitória incontestável da força política de Milei ocorre na esteira de um estreitamento cada vez mais intenso do governo argentino com a gestão Trump, na Casa Branca.

Na avaliação do professor de relações internacionais da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) Matheus Oliveira, tanto "FMI quanto os EUA pressionam Milei: sem pacto de governabilidade, sem créditos para a Argentina". Poucos dias antes do pleito, o Tesouro dos EUA anunciou a liberação de uma linha de swap cambial de 20 bilhões de dólares ao Banco Central, como parte de um plano de contenção da desvalorização do peso argentino. Após o resultado, Trump afirmou que os EUA tinham ajudado muito na vitória de Milei.

"Essa disposição que Milei parece que vai ter para construir um acordo, buscando os governadores, não é por bondade, mas pela forte pressão de atores que são indispensáveis para a agenda econômica, porque se ele perde o dinheiro do FM e do Tesouro norte-americano, a situação não segura por muito tempo", avalia.

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